Um novo e alentador recomeço: a apresentação do Bandeirante Esporte Clube para a temporada 2022!


(O presidente Ademir de Oliveira e seus filhos Nathalia e Giovani junto a Paulinho McLaren, agarrando o neto do presidente, Gabriel).

O Crônicas Bandeirantinas após um longo tempo sem postagens, volta para algo totalmente especial. E é com grande alegria e empolgação que eu faço essa matéria falando da apresentação do Leão da Noroeste para a temporada 2022. Novo técnico, novos jogadores, novos comandantes e uma grande novidade: um grande patrocinador-master. 

Vamos dividir em partes pra não ficar confuso pra vocês lerem e entenderem.

- O técnico: um retorno mais que feliz de um velho "filho".

Desde outubro já se sabia que o técnico seria o grande Paulinho McLaren, afinal ele foi apresentado no programa A Bola da Vez pela TV/Rádio BEC lá no início desse mês de outubro. Aquele centravante que fazia gol como poucos e comemorava seus gols imitando Ayrton Senna dirigindo um carro agora já é um técnico capacitado e bem profissional que almeja fazer história pelo Leão da Noroeste. 

Mas não basta a contratação ter sido feita pelo nome pesado que carregava. Poucos bandeirantinos de agora lembram que esse cara jogou no Bandeirante. E mais, é cria do BEC. O pessoal mais velho dos 30 a 40 anos lembra que Paulinho (ainda esse nome) jogou no time bandeirantino entre 1981 e 1984, quando fez parte de um dos times mais conhecidos da nossa história (o de 1983, treinado por João Magoga) que quase conseguiu um acesso pra primeira divisão do Paulistão naquele quadrangular polêmico com XV de Piracicaba, Noroeste de Bauru e Nacional da Capital. 

Quis o destino que Paulinho não vivesse a maior conquista daquela geração, a Série A2 de 1986. Em 1986, jogava pelo Grêmio Esportivo Sãocarlense (não confundam com o atual Grêmio DESPORTIVO Sãocarlense) e em 1987 quando o BEC jogou a primeira divisão do Paulistão, ele curiosamente estava no Comercial de Ribeirão que justamente tinha sido rebaixado da Série A1 em 1986. 

De 1984 pra cá, o jovem Paulinho saiu de Birigui para ganhar o Brasil e o Mundo. Jogou no Athletico Paranaense, no Santos, no Porto (POR), no Internacional de Porto Alegre, na Portuguesa, no Cruzeiro, no Bellmare Hiratsuka (JAP, hoje Shonan Bellmare), no Fluminense, no Atlético Mineiro e encerrando a carreira no Santa Cruz. 

Após a brilhante carreira de jogador, Paulinho McLaren passou a tentar assumir um outro cargo no futebol: o de treinador. Passou por times tradicionais do interior paulista e do futebol brasileiro como o Taubaté, o Rio Claro, o São José, o Uberlândia, a Francana e o São Caetano (seu último trabalho) além claro de uma passagem pelo Oriente Médio treinando o Al Ta'ee da Arábia Saudita. 

Será que ele terá a sua redenção de 1983 como treinador do Bandeirante? O tempo dirá.

- O elenco: um 360 total comparado a 2021. Será que agora vinga e a juventude dará jeito?

Um dos grandes problemas da temporada 2021 é que o elenco do Bandeirante foi montado em sua maioria por medalhões que nos jogos ofuscavam as jovens promessas que tiraram esse time do calvário da Bezinha em 2020. Graças a contratação do Paulinho McLaren, o BEC agora fez um elenco muito mais baseado em jovens que devem agregar demais ao estilo "moderno" do nosso treinador, um futebol mais de toque de bola e mais veloz. 

O elenco de 2022 é tão jovem que apenas dois jogadores (isso mesmo, DOIS) tem de 30 anos pra cima, a média está entre 23 e 26 anos. Pelo gol, temos a volta de Barbato (que voltou de empréstimo do Nacional de Muriaé-MG), Alemão e as contratações de Luís Fernando e Wiliam Galizo (esse último que enfrentou o Bandeirante em 2021 pelo Barretos, fechou o gol naquele jogo e é conhecido do Paulinho McLaren). Mas já deixaram claro que ninguém tem vaga garantida.

Pelas laterais, ninguém de 2021 ficou. O lateral-direito Iury não renovou com o Bandeirante após o empréstimo com a Matonense e foi para o Volta Redonda. Para o seu lugar, veio Gabriel Júnior (vindo do Barra-SC, campeão da segundona do Catarinense em 2021) e Geovane (ex-Coritiba). Na esquerda, veio o primeiro acima dos 30 anos do elenco, Alex Barros (com passagens por Capivariano, Mirassol, Red Bull Bragantino, Linense etc) e também chegou Matheus Velasque (que já passou pela base do Grêmio e jogou na Francana). Vindo da base, subiu a promessa Ruan de 17 anos.

Na defesa, o retorno da dupla defensiva que garantia a segurança lá atrás na Bezinha de 2020. As Torres Gêmeas, Léo Cruz (de volta após empréstimo pelo Rio Branco) e Gabriel Bahia (que foi um dos principais protagonistas do acesso da Matonense na Bezinha de 2020) estão de volta após um ano de empréstimo cada. Também volta de empréstimo ao Bandeirante, o zagueiro Léo Zarelli que quase subiu na Bezinha pelo VOCEM (perdendo a semi para a Matonense do Gabriel Bahia). De contratações para a defesa, veio Henrique Bodão que estava naquela final entre São José e BEC em 2020 (só que no lado da Águia do Vale) e Igor Ribeiro, vindo do Gama-DF.

De volante, temos a volta do "motorzinho" Gabriel Rapchan que foi um dos grandes destaques da segunda divisão mineira pelo Nacional de Muriaé. Para essa área foi contratado Emerson Guioto (vindo do Veranópolis-RS), Roberto (recém-campeão da terceira divisão catarinense pelo Blumenau) e o segundo acima dos 30 anos de idade, Léo Gonçalves (vindo do Guarani de Venâncio Aires-RS). 

Na meia, retorno de Danilo Batista (o nosso Danilinho) que ficou no Bandeirante mesmo sem jogar desde a Série A3 de 2021. Para contratações, veio um nome de peso apesar da idade: Patrick Allan que jogou a Série D pelo América de Natal, além dos meias-atacantes Lucas Silva (ex-Grêmio Prudente) e Octávio (vindo do campeão da segundona de Minas Gerais, o Democrata de Governador Valadares). À preencher o espaço da base, volta o Rafael Gralak de 17 anos.

No ataque, temos os retornos de Tatá (que estava no Nacional de Muriaé-MG) e Welbinho (que junto com o Léo Zarelli, quase subiram o VOCEM para a A3 do Paulistão). Junto com Tatá no Nacional de Muriaé veio o atacante Marquinhos, além das contratações de Matheus Lu (vindo do recém ascendido para a elite do Paranaense, Independente Sãojoseense) e Júnior Batista, nome recém-contratado que fez uma peregrinação bem alternativa mundo afora (jogou na África do Sul, em Portugal, em Malta, na Austrália e chegou do Atlântico-BA).

Portanto, esse é o elenco para 2022 no BEC:

Goleiros: Wiliam, Barbato, Alemão* e Luís Fernando*

Laterais: Gabriel Júnior, Geovane, Alex Barros, Matheus Velasque e Ruan*

Zagueiros: Léo Cruz, Gabriel Bahia, Henrique Bodão, Igor Ribeiro e Léo Zarelli*

Volantes: Rapchan, Guioto, Roberto e Léo Gonçalves

Meias: Danilo Batista, Patrick Allan, Lucas Silva, Octávio e Rafael Gralak*

Atacantes: Tatá, Marquinhos, Matheus Lu, Júnior Batista e Welbinho*

* Jogadores que entram na Lista B (até 23 anos de idade)

- A comissão técnica: a maior perda desse time, porém recompensada com muita qualidade.

Eu sei que é bem difícil esquecer aqueles que estavam com a gente nas boas e nas ruins desde quando a gente estava na Bezinha, mas talvez a maior mudança entre temporadas foi na comissão técnica e a gente terá que lidar com isso. O que alenta é que esse novo pessoal que chegou é bem capacitado e bem experiente para tratar desse time.   

Já falamos do Paulinho McLaren antes, mas aqui falaremos agora do filho dele, Matheus Rosa. O filho do ex-centravante assim que o pai começou a sua carreira de técnico, também iniciou a trilhar a carreira dele como assistente técnico visando um dia ser um treinador. Matheus trabalhou com o pai na Francana em 2020 e agora vem para o Bandeirante para ajudar Paulinho a fazer esse time e esse elenco ficar cada vez mais competitivo. Para ajudar o Matheus nessa empreitada, o velho de guerra Selmo Martins continuará mais um ano como assistente técnico do BEC.

Na parte de preparo físico, de goleiros e de massagista, mudanças drásticas. O preparador físico Andrézinho foi para a Matonense e em seu lugar veio César de Cillo que era preparador do União Barbarense naquela final da Copa Paulista de 2001 quando o Bandeirante ganhou aquele título em cima do Leão da 13 (além disso, De Cillo trabalhou com Paulinho McLaren em diversos clubes como o Taubaté). Pra substituir o eterno Rodrigo Déião que acabou se "ausentando" do futebol após a passagem pelo Grêmio Prudente, chegou Dervani Esponton, o "Pavani" que trabalhou com Paulinho e o goleiro Wiliam no Barretos (foi campeão da segunda divisão paranaense pelo União de Francisco Beltrão). 

E para as massagens, o mais do que ultracarismático Luís Gustavo Gaúcho acabou indo para a Aparecidense onde conquistou um histórico acesso para a Série C do Brasileiro e um histórico título da Série D e em seu lugar veio Bruno Sabão, o massagista do Osvaldo Cruz que causou confusão naquele jogo contra o Bandeirante em 2020 (Inclusive eu quero aproveitar essa parte para pedir as mais sinceras desculpas ao nosso novo massagista por dizer naquele post do jogo que "O massagista do Osvaldo Cruz covardemente tentou atacar jogadores e membros da comissão técnica do Bandeirante". Acho que todos nós temos o momento de reparar os erros que cometemos e não julgar as pessoas sem conhecer elas diretamente).

De resto, continuam os mesmos de sempre. Vinícius Bearari como nutricionista e a dupla Diego Fidalgo como fisioterapia e Juninho como roupeiro que defenderam o Mogi Mirim na Bezinha de 2021.

- O Paulistão A3 2022: como será o campeonato?


Parece que enfim fizeram um regulamento justo e decente num Paulistão. Numa época em que a FPF se especializou em fórmulas bizarras de campeonato, o Paulistão A3 2022 faz um bom regulamento pensando no bem das próprias equipes e na própria meritocracia. 

O campeonato de 2022 terá 16 times divididos em quatro fases. Na primeira fase, os 16 times se enfrentam em sistema de todos contra todos em 15 rodadas. Os oito primeiros se classificam para a segunda fase e os dois piores caem. Na segunda fase, vem a grande novidade: teremos dois grupos de quatro com jogos de ida e volta para definir os times que vão lutar pelo acesso na terceira fase. A terceira fase é uma semifinal de ida e volta onde os dois finalistas garantirão a vaga na Série A2 de 2023. De 30 de Janeiro a 22 de Maio, os dois finalistas podem disputar até 25 jogos nesse ano. A proposta foi idealizada pelo nosso presidente, Ademir Oliveira. 

O BEC reencontrará velhos rivais da temporada 2021 como Noroeste, Marília, Nacional, Votuporanguense, São José, Olímpia, Rio Preto, Desportivo Brasil, Capivariano, Barretos e Comercial de Ribeirão. Também reencontrarão os rebaixados da Série A2 de 2021: Sertãozinho e o EC São Bernardo (esse último que foi o adversário daquele mítico jogo do acesso para a Série A1 de 1987 em Campinas). Pra finalizar, o Leão da Noroeste enfrentará ainda os dois ascendidos da Bezinha em 2021: União Suzano (campeão invicto) e a Matonense, que o Bandeirante não enfrentava desde 2005 na Série A2.

A tabela do BEC está completamente acessível. Quase todos os times que ficam no outro lado do estado o Bandeirante receberá como mandante os seus jogos (EC São Bernardo, Nacional, União Suzano e São José). A única viagem verdadeiramente "longa" que fará é para Porto Feliz (412 km) onde enfrentará Desportivo Brasil e Capivariano (sim, o Capivariano sediará seus jogos em Porto Feliz pois a Arena Capivari não está liberada para jogos do Paulistão por razões estruturais). E nos primeiros sete jogos, o Bandeirante terá 5 em casa. Ou seja, a chance de chegar a 15 pontos e pensar numa classificação é muito maior lembrando que melhor campanha ainda conta mesmo com os quadrangulares na segunda fase.

Quis que o destino pegasse os únicos campeões da Copa Paulista na Região Noroeste e botassem eles pra se enfrentarem logo na estréia. Bandeirante e Votuporanguense abrirão o campeonato no dia 30 (pode ser mudado o dia) na Pedronera. Agora com público liberado, o Leão tem que rugir muito para devolver aquela derrota doída em Mirassol na A3 de 2021. 

- Um novo patrocinador-master: o maior patrocinador da história do clube?

É, torcedor bandeirantino. Lembra que no fim da A3 de 2021 eu disse que empresários locais tinham que se mexer para formar esse time do Bandeirante pra não voltar pra Bezinha? Pois bem...

O Bandeirante conseguiu uma parceria com um grupo milionário baseado em agronegócio chamado TAUNSA. O Grupo TAUNSA é uma multinacional que trabalha com fomento, commodities e logística de grãos que são exportados das lavouras de milho e soja do Brasil para o Mundo. Essa empresa inclusive é parceira de uma holding chamada Ahmed Ramadan Juma'a que cuida de trabalhos hidráulicos para acabar com a desertificação em Dubai (isso mesmo, Dubai). 

E o título não está errado não. É mesmo o maior patrocinador da história do Bandeirante desde a Samsung que fardou o nosso manto de 2004 a 2006. Inclusive essa história foi guardada tão as sete chaves que torcedores bandeirantinos criaram o maior "bait" da história do BEC ao vazar imagens de camisas com o patrocínio da Crefisa e tanto mídia quanto torcida acreditaram que a Crefisa estava acertando com o Bandeirante. 

É claro, existia de verdade o interesse e o Bandeirante queria muito acertar com a Crefisa (e é daí que vem as camisas do patrocínio) pois parte dessa empresa é de uma família que é de Birigui (a família Lamacchia, que também são donos da pizzaria Mamma Mia). Mas a própria presidenta da empresa, Leila Pereira, recusou a proposta alegando que no momento só pensava em despejar dinheiro com a Crefisa no Palmeiras. No final, apesar da decepção com a Crefisa, esse "bait" genial acabou funcionando pois botava muita fumaça no verdadeiro patrocínio que o BEC realmente fechou (que seria o Grupo TAUNSA).



(As camisas do BEC que foram vazadas com o logotipo da Crefisa)

E há indícios (que foram confirmados antes do fechamento dessa matéria, veja o link: Corinthians e empresa do ramo de agronegócio negociam acordo de patrocínio; veja os detalhes (meutimao.com.br)) de que o Grupo TAUNSA além do Bandeirante, fechou patrocínio com o Corinthians e com isso, temos uma parceira entre os dois times. Tudo isso por desejo do presidente do Grupo TAUNSA, Cleidson Cruz, que nasceu em Araçatuba, é corinthiano e vinha muito ao Pedrão ver os jogos do Bandeirante e por isso também virou um torcedor do Bandeirante. 

Pois bem, isso é tudo por hoje. Que venha mais um ano maravilhoso de Série A3 para o nosso Bandeca e que agora sim, com tudo liberado (público voltará aos estádios e este que vos escreve na assessoria podendo viajar graças as vacinas, já que antes eu não conseguia ir) e vamos com tudo em busca de mais um acesso e quem sabe quebrar o jejum de mais de 20 anos sem título.

Nos vemos em Janeiro. E pra não perder o costume...

Pra cima deles Leão! AVANTE BANDEIRANTE!







 

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