Destrinchando vários assuntos do passado/presente/futuro para o BEC: a entrevista do presidente Ademir Oliveira ao portal QAP Birigui



O Crônicas Bandeirantinas volta em edição extraordinária pois o presidente do Bandeirante, Ademir Oliveira, foi convidado a participar de uma live/podcast para o portal de notícias QAP Birigui onde o mediador/apresentador foi o ex-candidato a vereador e ex-candidato a prefeito Rafael Zago. Ele falou sobre diversos assuntos. Desde assuntos do Bandeirante a até sua candidatura para ser deputado estadual para o governo do estado de São Paulo. Como nesse caso só vamos falar do Leão da Noroeste, não vou me estender a assuntos políticos fora do futebol. 

ATENÇÃO: ESSA POSTAGEM DO BLOG NÃO FALARÁ DA MINHA OPINIÃO PESSOAL SOBRE O ASSUNTO E SIM DE INFORMAÇÕES TIRADAS DO PRÓPRIO PODCAST DA PÁGINA QAP BIRIGUI. NADA AQUI SERÁ DE MINHA RESPONSABILIDADE. ISSO É UMA MATÉRIA PARA FINS JORNALÍSTICOS, INFORMATIVOS, EDUCATIVOS E BENEFICIÁRIOS NO INTUITO DE AJUDAR O BANDEIRANTE ESPORTE CLUBE

1. Início de carreira como presidente do Bandeirante.

Ademir: "Eu fui ex-jogador do time, inclusive joguei o Paulistão da Série A1 quando o Bandeirante jogou na elite em 1987. E então assumi como presidente pela primeira vez no mandato de 2001 a 2006. Em 2001 eu já estava no meio da Série A3, nós conseguimos subir para a A2 esse ano em 4o lugar. No mesmo ano, o Bandeirante entrou na Copa Estado de São Paulo (hoje Copa Paulista) aonde jogavam equipes das Séries A1, A2 e A3 (o BEC ainda estava na A3). 

A gente montou um time junto com a cidade e a torcida se envolveu, acabamos campeões e que com isso, tivemos o direito de disputar a Copa do Brasil que infelizmente a vaga na CDB foi tirada do Bandeirante de uma forma covarde. O Bragantino que o Nabi Abi Chedid era vice-presidente da CBF, brigou com o Eduardo José Farah (presidente da FPF), inclusive eu descobri isso depois, e acabou (usando a vaga do BEC) pra atingir o Farah. Isso iria dar uma polêmica muito grande e (Nabi) tirou o Bandeirante da competição. O primeiro jogo nosso na CDB se eu não me engano, seria contra o Cruzeiro e a gente acabou infelizmente... Roubaram a nossa vaga né? Que a gente conseguiu dentro de campo. Pelo menos eu iria ter no currículo uma Copa do Brasil.

Aí quase subimos em 2002 pra primeira divisão... 2003 foi um ano muito ruim, nós quase caímos mas conseguimos trabalhar e buscar... Aí é difícil trabalhar quando você está perdendo e conseguimos uma arrancada no final pra escapar (do rebaixamento).  2004 foi o ano em que montamos aquele time com Palhinha, Esquerdinha, Japinha, chegamos no quadrangular final mas não conseguimos subir também. 2005, mais uma vez chegamos no quadrangular final contra São Bento, Noroeste e Mirassol. Por pouco... 2006 a gente não conseguiu a classificação e eu me afastei em 2006 que venceu o meu mandato e eu deixei por bem descansar. Eu tive um problema pessoal e eu tive que sair."

2. O início do segundo mandato

Ademir: "Tivemos que entrar na Justiça no fim de 2019 pra conseguirmos voltar ao cargo (da diretoria). Quando nós assumimos o clube de volta ainda em 2019 tivemos que terminar um campeonato aonde tínhamos R$ 2 milhões e 450 mil reais nas contas do Bandeirante. Compramos uma área que ela segue sendo nossa por 450 mil reais... Tivemos que acabar um campeonato que estava custando 80 mil por mês que era campeonato de Sub-23... Um absurdo. Em 2020, montamos a equipe e aí sim, tudo preparado, tudo organizado, reformulado, o estádio (a Geral e os anéis) estava interditado desde DOIS MIL E TREZE... Tinha uma verba de 250 mil vinda de 2013 que tava ali e tava interditado. Eu busquei as secretarias, o prefeito da época, busquei tudo e aí eu consegui liberar, foi licitado... Nós concluímos a liberação do estádio em pouco tempo. Temos todos os alvarás liberados para 2023. 

Nós pegamos o Bandeirante junto com a pandemia. Ninguém esperava... O Bandeirante tudo pronto, com uma folha de 100 mil reais, o campeonato ter que começar no dia 18 de abril e chega uma carta da FPF cancelando o Paulistão Sub-23. Tivemos que dispensar todos os jogadores no BID, cumprimos todos os pagamentos dos atletas, também utilizamos o auxílio emergencial pra ajudar e veio a volta do campeonato. Quando o campeonato começou, estávamos com a mesma equipe, demos assistência pros atletas e aí criamos a TV BEC. Eu sou um cara que respeita o torcedor, aí o que eu fiz... Uma enquete para falar para o torcedor: 'Nós temos X na conta (e ainda liberou um outro valor X que tava bloqueado), temos um campeonato... Vocês preferem esperar a pandemia acabar pra gente voltar as atividades ou vamos trabalhar e buscar o acesso já esse ano e a gente pode usar o dinheiro da venda do (estádio) Roberto Clark?'. Na enquete deu 98% da torcida autorizando a diretoria a usar o dinheiro para tentar subir de divisão. Ou seja, jogamos dois campeonatos em um onde que logo no primeiro ano, conseguimos o acesso."

3. Balanço financeiro do BEC entre 2020 e 2022 sem público e a história da TAUNSA.

Ademir: "Conseguimos subir em 2020 com R$ 1 milhão e 100 mil reais. Na A3 em 2021, eu pensei: 'Pôxa, acabou a pandemia'. O dinheiro do estádio Roberto Clark foi gasto em 2020 com autorização da torcida, sem arrecadação. Nós fizemos 8 jogos em Birigui sem arrecadar 1 real tendo que seguir um protocolo aonde em uma partida tinha 2 ambulâncias e 3 médicos. Uma partida do BEC hoje com protocolo e tudo custa quase a metade (da soma no total de salários) de todos os paramédicos do Pronto Socorro (municipal). Olha o absurdo... Um jogo... Olha a responsabilidade que jogaram em cima da nossa diretoria que graças a Deus cumprimos com até elogios da FPF como o clube que mais se organizou durante a pandemia. Além disso, não podia ter torcida no estádio que era a maior receita nossa. Ou seja, 7 e 8 jogos com a campanha que fizemos iria ter 5 mil torcedores de média, no mínimo. Daria 40 mil torcedores a 20 reais o ingresso. Daria R$800 mil reais. Pagaria despesa, sobraria e a gente não teria um déficit do tamanho que nós tivemos. 

Em 2021, a A3 começava em janeiro, a gente teve que correr pra deixar tudo pronto em Dezembro. Tínhamos que trazer um técnico experiente, jogadores experientes senão a gente corria o risco de fazer o "bate-volta" e perder tudo... Agora iria ter público, liberaria 50 por cento... Fomos pro campeonato e não teve público de novo. Se eu desisto da vaga, a torcida me mataria. Ou eu continuo ou eu desisto... Vamos consultar novamente e jogar a Série A3 sem publico de novo. Consegui patrocínios, mandei soltar o Sócio Premiado e conseguimos terminar a competição quase conseguindo a classificação pra segunda fase. Voltamos... Agora tínhamos o déficit de 8 jogos em 2020 fora o campeonato que não jogamos no início do ano de 2020. Tivemos mais 7 partidas em Birigui no ano de 2021, 15 jogos no total sem arrecadar 1 real... Não podia ter gente no estádio, seguimos o mesmo protocolo de 2020 e tivemos uma folha de R$ 150 mil reais pra ficar tranquilo na Série A3 sem risco de cair. Sofremos, mas acabamos com o campeonato e permanecemos na Série A3. 

Veio o ano de 2022. Novamente precisávamos de patrocínios, estávamos sem caixa de novo porquê acabou a nossa parte da venda do (estádio) Roberto Clark... Três campeonatos sem arrecadar... Fomos novamente em busca do Sócio Premiado, patrocinadores que conseguimos com muito trabalho... Então, aí eu perguntei: "Como é que vamos pro nosso terceiro torneio?". Apareceu um patrocinador bom, que é a TAUNSA, onde que por trás de um amigo empresário, fomos introduzidos no Natal ao presidente Cleidson Cruz... Viajamos para Campinas e lá descobrimos que ele também tinha um contrato do Corinthians na mesa. Uma empresa renomada... Os dois times (Bandeirante e Corinthians) tiveram seu patrocínio anunciado ao mesmo tempo com um contrato de R$ 300 mil mensais para o BEC. Falei 'Caramba, agora a gente nem precisa gastar 300 mil, a gente vai pegar e equacionar", a diretoria se animou além da volta do público. Quanto que daria de público? Vamos colocar 4 mil pagantes pra não falar de 6, 7 mil... Vamos de 4 mil. Mil reais é pras despesas, a despesa de um jogo é muito alta... O primeiro jogo já chegou no meu celular a torcida pedindo link pra ver a transmissão da partida, aí eu mandei: 'Porra, três anos o time e vocês querem que eu mande link pra ver o jogo na TV?'. Aquilo me assustou. O que tava acontecendo? Moral: deu média de 1.000 torcedores por partida. 

Nós estamos com uma dívida, estamos com crédito de uma área que vale UM MILHÃO DE REAIS... Amanhã o nosso advogado estará em Campinas com o Cleidson (Cruz), um cara sensacional... Uma empresa que faturou ano passado R$ 450 MILHÕES que só exporta e teve um problema do decorrer do caminho que infelizmente em janeiro, travou um recebimento deles que tá sendo destravado a qualquer momento. E nós entendemos perfeitamente com o que aconteceu com a empresa, essa é a primeira vez que eu falo em público disso... Em nenhum momento eu me manifestei nas redes sociais pra atacar a empresa igual atacaram, ofenderam o empresário... E eu não... Conversava com ele, entendendo toda a situação, muito pelo contrário... Nós pedimos para que o nosso advogado, o Dr. Joel do escritório Datacon, que ficasse em contato com a empresa para ajudar a TAUNSA nesse momento a destravar o dinheiro que eles tem para receber e nós botarmos a nossa casa em ordem. O BEC tem uma área de R$ 1 milhão de reais com o juros, o contrato na verdade pelo total era R$ 900 mil, mas a própria TAUNSA se disponibilizou a passar R$ 1 milhão pra que a gente fechasse o ano sem problemas e em todo esse campeonato, o Bandeirante tem uma dívida de R$ 800 mil reais. Se juntar tudo isso, temos um ativo de quase R$ 1 milhão, R$ 1 milhão e 200 mil reais na hora do saldo que a grana entrar."

4. O Estádio Roberto Clark e o caso dos ataques fakes.

Ademir: "O Roberto Clark foi vendido em 2015. E na verdade, fizeram uma documentação, buscaram ela em Brasília, o negócio de leilão é "conversa". Fizeram uma documentação pra ir pra leilão (o estádio). Não era eu na época que vendeu, mas vou fazer aqui um cálculo. Falam em R$ 9 milhões e 500 mil mais R$ 300 mil do leiloeiro, tinha dívidas... Qual o maior problema do futebol? É difícil você lidar com a situação do atleta, tem muitos atletas que eu trabalhei junto que são corretos e honestos, comissão técnica... Porém eu até fui atacado pela diretoria anterior (do BEC) no dia em que eu oficializei minha campanha para ser deputado estadual aonde eu tinha ido no programa do Aladim José Martins, foi orquestrado esse ataque pra que a torcida se virasse contra mim... Eu estava na minha, tranquilo, em paz, eu sabia do que estava acontecendo... As pessoas perguntavam se eu iria responder e eu disse que não, a partir do tempo que eu não cedi a pressão de não ser candidato, o ataque aconteceu dois dias depois disso. Inclusive um amigo meu com vários perfis "fakes" foi procurado pra me atacar. Ou seja, eu sei quem é que me atacou. Eu sei o nome do vereador que procurou esse pessoal e levou essa documentação pra que eles pudessem me atacar. Mas eu estou absolutamente e totalmente tranquilo com a torcida, o Bandeirante está mais vivo do que nunca.

5. Categorias de base do Bandeirante

Ademir: "Eu consegui dois projetos para as categorias de base do Bandeirante através do doutor Milton Barata. Ele me apresentou o Beto, de Novo Horizonte, fomos para lá e eles nos ajudaram nos dois projetos. Só que alguém boicotou... Veio só um projeto porquê eu briguei, aí veio para o Sub-15... Aí eu estou com o Barboza, o Selmo, o estado pagando R$ 218 mil... Existe um cronograma e alimentação. E na alimentação é pra 20 atletas. Só que o valor da alimentação é um pouco alto. O que a gente faz? Essa empresa que a gente contratou, consegue até atender SESSENTA crianças no Sub-15 e Sub-17. Eles treinam, jantam depois do treino e vai pra casa. Temos um projeto Sub-13, Sub-11, Sub-9 e Sub-7 que começou faz 2 meses, estão comandando o professor Júnior (Sourient) e o professor Tokão (Rodrigues) que são dois pastores da Igreja Quadrangular, gratuitamente para todas as crianças... Um trabalho muito bacana e muito bonito. Quando eu fico na arquibancada, me vêm alguns pais e dizem pra mim: 'Ademir, vai sair muito jogador bom daqui. Olha aquele menino, olha como joga bem'. Aí eu digo que o que mais me deixa feliz é que eu não estou preocupado se vai ser um jogador de futebol ou não, é a inclusão que é o (assistência) social. Ninguém entendia, mas explicarei... Ali dentro (no campo) é todo mundo igual, ali tá o filho da mulher que tá na fábrica trabalhando como pespontadeira, ali tá o filho do médico, ali tá o filho do prefeito, o filho do grande empresário e ali são todos iguais. A oportunidade é a mesma para todos. Não cobramos nada de taxa, lógico que estamos com dificuldades que não é fácil manter um projeto desse tamanho com 10 crianças batendo na porta pedindo uma chance e a gente já está sem espaço pra atender a todos. Aí temos o Sub-15, Sub-17 e o Feminino.

Quando eu montei aquele time de 2004 com Palhinha bicampeão mundial pelo São Paulo, Esquerdinha, Japinha, as escolinhas de futebol do Bandeirante explodiram. Chegou a até 1500 crianças. Vai chegar a Copa do Mundo no fim do ano no Qatar e você vai ver a procura que vai ser nas escolinhas. Porquê todos buscam esse sonho. Tudo isso é um ciclo que essas escolinhas que fechamos uma parceria com (a cidade de) Bento de Abreu, que a gente vai inaugurar uma escolinha do Bandeirante no dia 21 desse mês com um amistoso entre Bandeirante e Bento de Abreu... E já tem várias cidades em andamento com o projeto, um projeto muito bacana. E isso me deixa feliz que não importa se o pai é rico, pobre, classe média. Tenho certeza que dá pra fazer muita coisa."

6. Ganhos do BEC, provável futuro, méritos da gestão

Ademir: "Hoje o Bandeirante tem um jogador chamado Gabriel Bahia, que só ele sozinho, o passe dele está estipulado em R$ 8 MILHÕES de reais. Tivemos oferta pra ele, temos parceiros, não é o momento pra vender ele porquê é um jogador que infelizmente teve uma lesão séria no joelho... Passou por uma cirurgia, tá se recuperando, estava apalavrado e com contrato pronto pra assinar com o Operário Ferroviário de Ponta Grossa que está na Série B do Brasileiro... Jogador de nível altíssimo, temos Léo Zarelli (emprestado ao Rio Branco de Americana), Alemão (emprestado ao Penapolense), Welbinho (também emprestado ao Penapolense), temos jogadores que são o futuro do Bandeirante. E vai ficar com saldo positivo de R$ 1 milhão de reais, e sabe o que é mais importante? Um empresário falou comigo e com o Dr. Joel (advogado do BEC): 'Vai estar entrando quase R$90 MILHÕES de reais daqui 60 dias'. Já vai liberar uma parte pra gente essa semana para já deixar tudo organizado, e ele completou: 'Ademir, por você. Não é pelo Bandeirante porquê a informação do problema da TAUNSA vazou daqui de dentro'. Aí o empresário ficou chateado com o que aconteceu e disse que era por mim. Ele terminou de completar: 'Entrando o dinheiro, eu já vou colocar e além de pagar, eu colocarei mais um patrocínio no ano que vem pra que no ano do centenário (2023) você possa estar montando uma grande equipe'. 

Tem ainda uma outra situação que tá muito próxima de acontecer, que é mais uma parceria cuja vem pela frente... A idéia de transformar em clube-empresa (SAF) graças a um empresário de Birigui, o Paulo da DOK (Paulo Almeida) e o Paulo da Van, ambos estão juntos com o Dr, Joel para intermediar e transformar o Bandeirante em clube-empresa pra realmente o clube se capitalizar. Então, o Bandeirante vive um grande momento, o Bandeirante tá resolvendo todos os seus problemas que são pequenos perante o que nós temos, mas a gente tem que entender o drama que nós passamos também na pandemia. O Bandeirante passou por uma pandemia e graças a Deus hoje você pode ter certeza. A gente vai conseguir resolver e sanar, sair muito fortalecido. 

Ontem eu estava falando com o Rogério Barricelli (radialista de Jaú), fiz uma conta com ele. Ontem não, no sábado. Pra você ter uma idéia, o XV de Jaú tem um investidor colombiano que é presidente do clube. Muito milionário, milionário... A folha de pagamento do XV de Jaú é de R$ 250 mil reais, só isso é a folha de pagamento pra eles subirem da Bezinha pra A3. Seis meses de competição na Bezinha... Sabe há quantos anos eles estão tentando sair daquela divisão com esse orçamento? DEZ anos. Se você colocar R$ 1 milhão, eles já gastaram 10 milhões e sequer conseguiram o que nós do Bandeirante conseguimos em UM ano (Inclusive, o Bandeirante eliminou o XV de Jaú naquela Bezinha de 2020). 

7. Cotas de transmissão, logística, exemplos para o Bandeirante, entendimento da torcida, patrocinadores.

Ademir: "E o BEC tem um negócio interessante que é a cota de transmissão cuja não existia na Bezinha. Hoje nós temos pra 2023 na A3, R$300 mil de cota da FPF que é o direito de poder transmitir os jogos. Só que infelizmente o Bandeirante vai ter que abrir mão da cota para não transmitir mais os jogos. Porquê a nosso maior receita é a torcida. E com transmissão de jogo a gente perde público. Ou a FPF ela equaciona esses valores ou não tem como você liberar para transmitir. É melhor você abrir mão da cota que é uma conquista da nossa diretoria e você receber o público... Você vai arrecadar mais. Porquê o torcedor do Bandeirante tem a ilusão de assim: ele acha que o BEC é igual a Prefeitura. Nós temos impostos, recebemos recursos... O que entra na conta de água o Bandeirante paga... O Bandeirante é completamente separado da Prefeitura. Temos patrocínios, cota de transmissão (300 mil pra 5 meses) e praticamente dá nada. 

A folha de pagamento é R$ 200 mil reais. Hoje uma viagem pra São José dos Campos igual fizemos pra Bezinha em 2020, custa pro clube quase R$ 20 MIL reais. Se a gente quer e a torcida quer um Bandeirante mais forte numa Série A1, e a torcida cobra demais isso, tá certa em cobrar e exigir...  Mas ela também tem que entender uma coisa. Entender como funciona o futebol profissional que é muito diferente, é muito difícil. 

Muita gente fala: 'Olha o Mirassol na A1, olha o Novorizontino na A1, olha a Ferroviária na A1 e disputando Brasileiro da Série D, olha o Marília que tá com essa força'... Agora eu vou fazer uma colocação. O presidente do Mirassol, o Dr. Edson (Ermenegildo)... Ele é prefeito de Mirassol, o Dr. Edson. O presidente da Ferroviária que é uma S/A, a maior acionista... É o Edinho (Silva), prefeito de Araraquara. Novorizontino que é a família dos Biasi, eles já injetaram TRINTA E DOIS MILHÕES de reais. A folha de pagamento mensal do Novorizontino é UM MILHÃO E DUZENTOS MIL reais. O Marília pra gente não ir mais longe, o presidente do Marília, prefeito da cidade também (Daniel Alonso)... Se você não tiver e o torcedor não entender a necessidade da gente ter uma caneta realmente verdadeira na mão, a gente não vai conseguir chegar... Eu garanto para o torcedor: 'Vamos ficar na A3?'... Vamos ficar na A3. "Vamos ficar sofrendo?'... Vamos. Mas se você consegue ter o poder político, você investir nas categorias de base... Não só o Bandeirante, mas todos os esportes da cidade... Você vai ter mais relacionamento lá em cima, você vai ter grandes empresas como em 2002 que através do filho do Paulo Brito (radialista de Birigui), Jorge Luiz de Brito e do próprio Paulo Brito, nós trouxemos a SAMSUNG para o Bandeirante. O primeiro clube a ser patrocinado pela multinacional coreana SAMSUNG no Brasil foi o Bandeirante de Birigui. Depois disso, eles patrocinaram dois times "pequenos": o Palmeiras e o Corinthians, mas o primeiro foi o Bandeirante.

O que eu quero que a torcida entenda: nós só vamos conseguir fazer um Bandeirante forte se a gente se unir entendeu? Nós precisamos se unir e entender que o futebol profissional, ele é caro. Muito caro... Hoje você tem que ter 28 atletas. '28 pra jogar 11?'... Na A3 desse ano tivemos CINCO zagueiros, perdemos o Gabriel Bahia, a gente perdeu outro zagueiro (Léo Cruz) que machucou, perdemos o Henrique Bodão por suspensão e a gente tinha DOIS zagueiros na parte final do campeonato (Léo Zarelli e Allef Nunes). Aí me perguntam: 'Pra quê cinco?'. Numa final... Ou seja, o futebol hoje ele é, futebol profissional é caro, o futebol profissional tem que ser levado a sério e hoje pra gente pra tentar chegar numa primeira divisão, o torcedor do Bandeirante vai ter que ENTENDER QUE O FUTEBOL SE PROFISSIONALIZOU. Senão a gente não vai conseguir, não vai ser o Ademir, não vai ser NINGUÉM. Eu já fui em várias empresas, não citarei nomes, uma das maiores empresas da cidade... A gente falando de patrocínio... A resposta que recebemos? NÃO. 

Olhem os patrocínios que tivemos: TAUNSA que vai acertar com a gente que graças a Deus, estamos ajudando a própria empresa a se reerguer, vai se acertar e vai vir com o patrocínio. Tanto é que você viu que eu não tirei o nome da empresa da camisa e do estádio... Só que eu estou falando isso hoje, a mim como presidente foi muito sofrido desde janeiro. Mudou todo o nosso planejamento... Agora pra gente chegar num estágio, o torcedor vai ter que decidir o que ele quer pro clube, entendeu? Esse é um momento que a gente vai ter que dar uma resposta não pro Ademir, mas pro clube. 

8. Confiabilidade e Ano do Centenário 2023

Ademir: "Agora é o momento que precisamos nos fortalecer, saber que esse tipo de crítica é importante... De você estar postando e falando... Eu estar vindo e explicando para o torcedor... Porquê se há uma coisa que há torcedores que não gostam de mim, natural que não gostem de mim... Uma pessoa simples que virou presidente de um clube, ficou super conhecido... Mas ninguém pode duvidar da minha competência e nem da minha honestidade. Até porquê eu tenho 54 anos e nunca tomei um processo na Polícia. E processo me refiro de roubar alguém, estelionar... Jamais pisei numa delegacia pra isso, só fui lá pra pedir policiamento nos jogos.

A nossa diretoria vai alugar uma casa pra comissão técnica, ninguém vai ficar morando no estádio. Esses problemas da gestão anterior estão sendo resolvidos da melhor maneira possível. Pra você ver... O Bandeirante segue em situação difícil nesses 3 últimos anos mas nunca atrasamos uma conta, nossos fornecedores já são os mesmos desses 3 anos... A gente respeita demais os atletas como profissionais, eu nunca entrei no vestiário pra ofender jogador quando perdemos um jogo, eu sempre tratei e trato como seres humanos. Mas agora precisamos botar a casa em ordem, se preparar pro centenário do Bandeirante em 2023 e vamos vir fortes. Se o torcedor acha que temos que chegar numa primeira divisão, eles tem que abraçar a gente, esquecer essas picuinhas de 'ah, não gosto do Ademir' e gostar do clube. Até porquê eu não sou uma pessoa de ficar rindo... Eu tenho a cara igual do meu pai, fechada. É o meu perfil... Eu sou um cara que recebe o torcedor, trato bem, o nosso projeto de base está com 400 crianças dentro do estádio que é o futuro do clube."

9. "Luto...de lutar pelo Bandeirante" e finalização do tema Estádio Roberto Clark

Ademir: "O que fizeram comigo só me fortaleceu e estou com mais vontade de trabalhar. Graças a Deus as pessoas que estão comigo entenderam o meu lado, sabem de todo o trabalho que eu estou fazendo... Lutar sempre pelo Bandeirante e é o que nós vamos fazer, só que o Bandeirante é uma empresa, agora todo mundo tem que saber: que sonho sonhar? Qual é o sonho? Só pra encerrar, muitas vezes me falam e eu escuto: 'É, o dinheiro do Roberto Clark... O dinheiro do Roberto Clark...'. Aí um dia eu perguntei pro cara: 'Quem tem que cobrar sobre o dinheiro é a família Clark, você colocou algum dinheiro no campeonato?'... Pra gente poder usar, respeitamos tanto o torcedor que nós fizemos uma enquete pra justamente isso. Nada foi feito sem consentimento do torcedor."

10. Uma crítica, a vontade e o sonho do Ademir para o Bandeirante

Ademir: "Uma crítica? Eu sou muito teimoso. Parece que eu não vou conseguir as coisas, mas vou até o final pra conseguir. A vontade e o meu sonho para o BEC? Levar o Bandeirante na primeira divisão."

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